20 de junho de 2008

Que mídia queremos?


Em artigo de 2002, Eugênio Bucci, grande jornalista brasileiro, falava sobre “as tristes cópias do medíocre”. Hoje em dia “não é mais na escola que a criança aprende a separar o certo do errado, a virtude do vício. É na mídia que ela aprende isso.”
Enquanto, no passado, nossos exemplos vinham da escola e da família, hoje as referências de crianças e jovens são os protagonistas da novela, os “amigos” virtuais e os “interessantes” participantes BBB. Seus modelos são heróis de desenhos animados toscos, ídolos fabricados pela indústria cultural ou apresentadores medíocres de programas de auditório.
A TV embala nossos sonhos no mundo de faz-de-conta das propagandas. E os noticiários confrontam nossos valores com promessas não cumpridas na política, injustiças impunes e “vantagens” da corrupção.
Mas o que está de fato em nossas mãos? Quais são nossos direitos e deveres em tempos de democratização da informação? Devemos engolir passivamente toda e qualquer mensagem veiculada pela mídia?
É nosso direito exigir que a ética seja colocada acima dos interesses do mercado. A verdade dos fatos e a transparência da notícia não podem estar abaixo dos lucros comerciais. Assim como o sensacionalismo e a vulgaridade não podem substituir programação inteligente e cultural.
A imprensa deve informar a sociedade servindo aos seus interesses, a Internet deve propiciar a democratização do conhecimento, assim como a programação oferecida pelas emissoras de rádio e TV devem ter, além de entretenimento, também valor educativo.
Diversão, cultura e informação, este é um direito de todo consumidor da mídia. Mas somente conquistamos tal direito, se exercemos nosso poder de fiscalizar o modo como os meios de comunicação cumprem seu papel.
Vale lembrar, neste caso, o pensamento do sábio filósofo, Nietzsche, para quem “a liberdade é nosso poder para avaliar os valores”.

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