26 de setembro de 2011

Mumia Abu-Jamal: luta e liberdade

Amigos, leiam a entrevista muuuuito interessante do jornalista afro-americano e ativista do Pantera Negra, Mumia Abu-Jamal, preso político que há 29 anos está no corredor da morte nos EUA. Pensemos sobre luta e liberdade!!!

http://desinformemonos.org/2011/04/%E2%80%9Cprecisamos-de-muita-gente-para-fazer-a-revolucao-e-de-muitos-para-preserva-la%E2%80%9D/

10 de setembro de 2011

11 DE SETEMBRO: O protagonismo americano na tragédia chilena

Em 11 DE SETEMBRO de 1973, os EUA, juntamente com as Forças Armadas do Chile, ajudaram a derrubar o presidente Salvador Allende, em um golpe de Estado que instalou no poder a ditadura de Augusto Pinochet e que, segundo versão oficial,  culminou no suicídio de Allende, no Palácio de La Moneda em Santiago (seria mesmo suicídio?). 
Dias depois, em 23 de setembro, a morte de seu amigo, o poeta Pablo Neruda, na célebre casa de Isla Negra, onde morava nos últimos anos, seguiu-se de comoção mundial. As mortes de Allende e de Neruda fundiam em um só destino a esperança massacrada de um povo.
Hoje, quase 40 anos depois, a Justiça chilena aceitou investigar a morte do poeta, prêmio Nobel de Literatura, acolhendo a acusação feita em junho deste ano pelo PC chileno - partido no qual o poeta militava - após denúncia apresentada por seu ex-motorista, Manuel Araya, para quem Neruda foi assassinado, sendo envenenado no hospital onde estava internado e não tendo morrido devido a complicações do câncer de próstata, como diz a versão oficial.
Segundo o relato do motorista, Pinochet mandou matar Neruda para evitar que se exilasse no México, para onde viajaria nas próximas horas, país de onde poderia se tornar um opositor ao regime.
A investigação está a cargo do juiz Mario Carroza, o mesmo que conduz o inquérito sobre a morte de Allende, cujos restos mortais foram exumados do Cemitério Geral de Santiago para serem submetidos a perícias, pois suspeita-se também de seu assassinato durante o golpe.
Então, lanço aqui a pergunta que não quero calar: Por que, nas recordações do atentado terrorista às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001, que envolve extrema vitimização do povo americano, a mídia não relembra também  o papel dos EUA nesta tragédia chilena, ocorrida na mesma data, anos antes? 


Veja: http://www.tal.tv/pt/webtv/vid
eo.asp?house=P004349&video=ALLENDE-EL-SUENO

1 de setembro de 2011

Para viver TODO AMOR...

Viver TODO AMOR QUE HÁ NESSA VIDA não é para qualquer um, é para quem banca esse amor. Eu banco?
É para quem sabe que sair da ilusão, deixando palco e máscaras, pode ser bem doloroso e ainda assim resolve encarar. É para quem sabe que a vida real pode ser frustrante, mas não faz drama, porque afinal amanhã de manhã “a vida segue”, nos chama, e é preciso estar inteiro para a batalha. É para quem se joga sem medo, se atira ao desconhecido, mesmo sabendo que os riscos e possibilidades de arrependimento são muitos. É para quem não faz questão de estar certo e aposta no duvidoso, porque a vida é feita de incertezas e verdades temporárias. É para quem não se acomoda no sofá, esperando uma intervenção divina ou um colo de mãe. É para quem diz o que tem que ser dito, mas sabe silenciar quando as falas se tornam meras repetições. É para quem reconhece a hora de ir embora, quando já não é possível colar o que se quebrou. Mas é também para quem tem a ousadia de ficar e tentar consertar o que ainda tem conserto. É para quem sabe se despedir, sem levar mágoas e sem espernear. É para quem tem dentro de si a insanidade no bom sentido do termo: o lúdico e a loucura que nos faz leves para viver melhor a vida.

31 de agosto de 2011

O NÃO-SABER

Nas últimas semanas me tornei ninguém, ser decomposto, dividido e despedaçado. Reconheço uma parte de mim. Mas o fato é que sempre há (e essa é a maior parte do iceberg) o não-inscrito, o impossível de ser simbolizado porque não dispõe de significantes, o não-saber, o que não é, o que não tem sentido, o que falta, o que não serve, não tem graça e não tem nome. Essas são as rachaduras, as falhas, os pontos que me capturam e me paralisam, porque desconheço suas significações. É preciso lidar comigo. Tarde demais? Felizmente ser sujeito se dá em um processo de constante vir-a-ser, uma metamorfose, ou como pensa Lacan: o sujeito nunca é, está sempre sendo, se transformando. Pergunto sabendo que não há respostas... como Clarice Lispector que diz “Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que... não sei onde... para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...”

11 de junho de 2011

Documentários debatem luta dos Guarani Kaiowá

Lançamento de documentários e debate com os realizadores.  À Sombra de um Delírio Verde e Mbaraká – A Palavra que Age. Dias 14 de junho, na FFLCH-USP (18h – sala 8) e 15 de junho, na FD-USP (19h – sala dos estudantes.
Sinopses:
À Sombra de um Delírio Verde (29′ – 2011) 
De Cristiano Navarro, An Baccaert e Nicolas Muñoz
Na região sul do Mato Grosso do Sul, fronteira com Paraguai, a etnia indígena com a maior população no Brasil luta silenciosamente por seu território para tentar conter o avanço de poderosos inimigos. Expulsos pelo contínuo processo de colonização, mais de 40 mil Guarani Kaiowá vivem hoje em menos de 1% de seu território original. Sobre suas terras encontram-se milhares de hectares de cana-de-açúcar plantados por multinacionais que, em acordo com governantes, apresentam o etanol para o mundo como o combustível limpo e ecologicamente correto. Sem terra e sem floresta, os Guarani Kaiowá convivem há anos com uma epidemia de desnutrição que atinge suas crianças. Sem alternativas de subsistência, adultos e adolescentes são explorados nos canaviais em exaustivas jornadas de trabalho. Na linha de produção do combustível limpo são constantes as autuações feitas pelo Ministério Público do Trabalho que encontram nas usinas trabalho infantil e escravo. Em meio ao delírio da febre do ouro verde (como é chamada a cana-de-açúcar), as lideranças indígenas que enfrentam o poder que se impõe muitas vezes encontram como destino a morte encomendada por fazendeiros.
Mbaraka, A Palavra que Age (26′ – 2011) 
De Spensy Pimentel, Edgar Cunha e Gianni Puzzo 
Os cantos dos xamãs Guarani Kaiowá são fórmulas verbais que têm uma ação sobre o mundo. Tradicionalmente, eles curam doenças, afastam pragas da lavoura e bichos peçonhentos, anunciam a chegada dos deuses. Eles não só preveem o futuro, mas o conformam. Hoje, esses indígenas vivem em seu mundo uma crise sem precedentes. Confinados em pequenas porções de terra e com os recursos naturais da região onde residem totalmente degradados, eles se veem diante de um impasse: será que suas palavras conseguirão conformar um mundo novo que reverta a crise cosmoecológica por que passam atualmente? Se a palavra pode ser história, mito e narrativa, entre os Guarani-Kaiowá, ela também é poesia e profecia: um canto de esperança em um futuro melhor. 

2 de maio de 2011

SAINDO DA LINHA

Hoje faz tanto sentido voltar a esses rabiscos de 2009... De repente me desalinho e, entre pontos e silêncios, me perco nas reticências. O movimento do ponto origina a linha. Do latim, linea: fio, corda, limite. Linhas conduzem a uma direção, nem sempre numa reta. Às vezes são as curvas que têm mais sentidos. Abrem possibilidades, dão linha, dão corda, estimulam as palavras, as caminhadas e as perguntas. Envolvem relações, alguns embaraços, amarras e muitos nós. Mas sair da linha, contrariando as normas ou as expectativas, transgredir os limites, isto sim é uma experiência pra lá de excitante.

TODAS AS LINHAS (20/03/2009)

Eu sei, a distância apaga tudo
O cheiro da pele
O gosto do beijo
Cada segundo congelado
E as letras do meu nome
no seu corpo desenhado

Mas é mentira se eu disser
que não te quero, que não te vejo
Nas ruas vazias, casas, muros e
esquinas
Nos versos que eu escrevo
no outro lado das linhas

Escorrem palavras
Que eu pinto com os dedos
Sem rumo, sem tempo, sem chão,
nas horas a mais
Com chuva e saliva,
traço o futuro na palma da sua mão

E guardo o desejo
naquela gaveta
Onde deixo meus olhos
E a vida está pronta
E os nós me embaraçam
E te amo maluca

Te mando sinal, ponho anúncio no jornal,
pra você que me enrola e encanta:
Escreve todas as linhas
e coloca o ponto que não é final

27 de abril de 2011

Era


Ouço canção de Ana Carolina, uma porrada pra me fazer pensar, neste dia sem sol, dia cinza. E tudo o mais igualmente cinza dentro de mim...

O destino me pregando uma outra peça eu não
queria

Me cercava toda noite com sua flecha e sua guia

Era o tempo me encostando sua pele traiçoeira

Eram noites tão pesadas com nuvens sorrateiras

Era a vida me cortando a carne com seu guiso

Ecoando pelos séculos os sons de alguns gemidos

Eram o meus antepassados dentro dos bacanais

Era o tempo me emprestando aquilo que eu não

devolveria mais

Era um homem nos meus sonhos me currando sem perdão

Eram duas velhas mortas se arrastando pelo chão

Eu soltava os meus cães e o meu peito a soluçar

Abafava os meus gritos, pois não sabia ladrar

Achei que não era eu que fazia a minha história andar

Punha a culpa no destino e quem estivesse a mão para

culpar

E era assim


Hoje em dia não me importo com o que fiz do meu

passado

Quero amigo, sorte, muita gente boa do meu lado

E não rebato se disserem por aí que eu tô

errado

Porque quem se debate está sozinho ou afogado

Eu que não fico no meio, não começo e nem acabo

Eu sou filho do amor, não de Deus nem do diabo

Na ciranda das canções eu me ponho a revesar

Rodando entre as ondas que me puxam em alto

mar

Hoje sei bem quem sou eu que giro a minha vida

circular

Essa roda eu que invento e faço tudo nela se encaixar

É eu sou assim