24 de fevereiro de 2011

Assassinos do cacique Marcos Veron são julgados


O reinício do julgamento dos assassinos do cacique guarani Marcos Veron, na última segunda feira, 21 de fevereiro, em São Paulo, teve grande repercussão na mídia, inclusive no Jornal Nacional, na Rede Globo, o que muito nos surpreende.
Não é comum que assassinatos de índios, que ocorrem frequentemente em várias partes do país, sejam destacados pela imprensa.
Aliás, não é comum que matadores de índios sejam julgados. Exemplo disso é a impunidade dos assassinos de Marçal de Souza, líder guarani morto há 28 anos. O mandante do crime tem nome e endereço certos, há provas suficientes contra ele, no entanto ele está livre até hoje.
Cerca de 40 indígenas Guarani Kaiowa vieram de Dourados, Mato Grosso do Sul, para acompanhar o julgamento que foi deslocado para São Paulo porque acredita-se que somente assim será garantida a isenção necessária, já que no MS, onde o crime ocorreu, aqueles que detêm o poder econômico e político poderiam tentar influenciar a justiça.
Este julgamento, que esperamos terminar na condenação dos assassinos que negam o crime, evidencia a história de sangue e sofrimento que marca a vida dos índios Guarani Kaiowá desde sempre. A razão é conhecida de todos nós: a luta pela terra.
Três filhas do cacique morto, netos e outros parentes e amigos estão presentes. Egon Heck, presidente do Cimi Regional MS, que está acompanhando o julgamento, escreveu em artigo que “eles vêm da terra em que se exalta um tipo de progresso e desenvolvimento através do agronegócio, concentrador e excludente, da monocultura e dos transgênicos, do agrotóxico, de profundo impacto na natureza e poluição das águas e da terra. Eles vêm do território Guarani, dos índios sem terra, dos acampamentos e confinamentos deste povo. Eles vêm do sofrimento, da fome, da injustiça e da impunidade. Vêm apenas pedir justiça e, do alto de sua heróica resistência e dignidade, pedir punição”.
Este é um acontecimento histórico. Que resulte em justiça e paz para os Guarani Kaiowá!

2 comentários:

  1. Oi Ana!
    quando vi reportagens sobre esse caso me lembrei na hora de ti! Imaginava sua reação, e nas suas palavras vi o que imaginei.

    bjs e saudades.

    Andre Okuma

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  2. Aninha...
    o eterno ogata dos Guarani, agora rumo à justiça em SP!! Que eles a encontrem lá, pq no MS ...

    Gostei de ler suas palavras!! Continue me enviando e-mails qdo postar novos textos!!!

    Abraço apertado!!

    Pri

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