18 de fevereiro de 2011

Mais fragmentos: Paixão e medo

Peço licença a Paulinho Moska, por publicar aqui sua letra, de autoria junto com Nilo Romero, creio eu. Não é que eu não possa falar desse medo e dessa paixão com minhas próprias palavras, mas é que estou voltando ao computer, depois de longo silêncio, ainda sem jeito, ainda sem tom, no meio dessas linhas que penso e que podiam ser quaisquer outras, mas são essas. No momento ouço repetidamente essa canção e me vejo perdida nessa dívida que já não se paga, e o relógio na parede sempre a me contemplar (Cara, eu não tinha me dado conta... meu pai sempre me deu relógios de presente, desde criança! Aniversários vários. Outras datas sem importância. Inclusive agora, em 2010, adivinha o que ganhei no meu niver???). Não vejo a porta. Pra que lado fica a saída? Cegueira como naquela noite na fazenda em Minas, em que faltou luz e eu, com medo do escuro, acabei com todos os fósforos da cozinha. Lembro-me daquela escuridão sem estrelas, sem lua, sem lanterna, sem velas. Ah, façamos um acordo: devolve já minhas pernas, que eu te dou seus olhos de volta. Combinado? Enquanto pensa, ouça Paulinho Moska:


"O que fazer com nosso amor

Se já te devo tanto?
O que fazer com nosso amor?
Você me deve mais
Se nossas contas se perderam
Pois já não se pagam
Se nossas noites de amor
Não acordam mais ninguém
O que fazer com nosso amor
Se agora falamos pouco?
E o relógio da cozinha a nos contemplar
A qualquer momento as paredes vão ruir
E nada, nada vai sobrar inteiro por aqui
Quem será o último a sair?
A porta está aberta, mas não consigo enxergar
Eu sei que também queres partir
O chão está tão perto, mas não consegues caminhar
O que fazer com nosso amor
Se andas com minhas pernas?
O que fazer com nosso amor
Se vejo com teus olhos?
Um mundo louco e tenso de paixão e medo
Dorme, Amor, nos meus braços
Como se eu fosse o primeiro."

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