10 de março de 2009

Peixe fora d'água

Andei longe, por aí, porque cansei de dizer. Silêncio é bom. Mas daqui pra frente EU falo de mim no MEU blog e quem não sacou sacasse. Posso? Cansei de gritar pra ninguém. Cansei de me desculpar por não me comportar como disseram que eu devia.
Não gosto de estar aqui (não aqui nesta página, mas aqui neste mundo de destrambelhados), não gosto de ter nascido errada, de ser precipitada, de não saber calar “palavras que não são pra se dizer”, de explodir, de estragar a festa. Detesto ter seguido os caminhos mais longos e ter sempre corrido atrás do coelho no paraíso. Onde está aquele relógio afinal? Quem está marcando o tempo? Quando vou chegar? Como volto pra buscar o que deixei pra trás? O que foi que perdi? Detesto essa falta que não vai se resolver nunca. Meu humor nem sempre é dos melhores e tenho motivos pra isso. E se não aguentam, pouco importa.

Mas gosto das perguntas, mais do que respostas. Gosto do gosto do risco. Gosto da utopia. De abrir a janela e ver o horizonte que não serve pra nada a não ser me fazer correr atrás do inatingível. Amo o desejo, mesmo não saciado. Amo as lembranças do que não viverei mais. Amo o acúmulo dos anos que somados preenchem de sentido essa minha passagem por aqui. Gosto de me olhar bem de perto no espelho, e fechar os olhos e me ver por dentro, e me achar meio anormal. Gosto de levar esse peixe pra passear, fora do aquário, fora d'água, mas ainda sobrevivendo enquanto me olham torto. Gosto e ponto. Não preciso provar mais nada. Dá licença.

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