27 de abril de 2011

Era


Ouço canção de Ana Carolina, uma porrada pra me fazer pensar, neste dia sem sol, dia cinza. E tudo o mais igualmente cinza dentro de mim...

O destino me pregando uma outra peça eu não
queria

Me cercava toda noite com sua flecha e sua guia

Era o tempo me encostando sua pele traiçoeira

Eram noites tão pesadas com nuvens sorrateiras

Era a vida me cortando a carne com seu guiso

Ecoando pelos séculos os sons de alguns gemidos

Eram o meus antepassados dentro dos bacanais

Era o tempo me emprestando aquilo que eu não

devolveria mais

Era um homem nos meus sonhos me currando sem perdão

Eram duas velhas mortas se arrastando pelo chão

Eu soltava os meus cães e o meu peito a soluçar

Abafava os meus gritos, pois não sabia ladrar

Achei que não era eu que fazia a minha história andar

Punha a culpa no destino e quem estivesse a mão para

culpar

E era assim


Hoje em dia não me importo com o que fiz do meu

passado

Quero amigo, sorte, muita gente boa do meu lado

E não rebato se disserem por aí que eu tô

errado

Porque quem se debate está sozinho ou afogado

Eu que não fico no meio, não começo e nem acabo

Eu sou filho do amor, não de Deus nem do diabo

Na ciranda das canções eu me ponho a revesar

Rodando entre as ondas que me puxam em alto

mar

Hoje sei bem quem sou eu que giro a minha vida

circular

Essa roda eu que invento e faço tudo nela se encaixar

É eu sou assim

Um comentário: