31 de agosto de 2011

O NÃO-SABER

Nas últimas semanas me tornei ninguém, ser decomposto, dividido e despedaçado. Reconheço uma parte de mim. Mas o fato é que sempre há (e essa é a maior parte do iceberg) o não-inscrito, o impossível de ser simbolizado porque não dispõe de significantes, o não-saber, o que não é, o que não tem sentido, o que falta, o que não serve, não tem graça e não tem nome. Essas são as rachaduras, as falhas, os pontos que me capturam e me paralisam, porque desconheço suas significações. É preciso lidar comigo. Tarde demais? Felizmente ser sujeito se dá em um processo de constante vir-a-ser, uma metamorfose, ou como pensa Lacan: o sujeito nunca é, está sempre sendo, se transformando. Pergunto sabendo que não há respostas... como Clarice Lispector que diz “Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que... não sei onde... para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...”

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