Dias depois, em 23 de setembro, a morte de seu amigo, o poeta Pablo Neruda, na célebre casa de Isla Negra, onde morava nos últimos anos, seguiu-se de comoção mundial. As mortes de Allende e de Neruda fundiam em um só destino a esperança massacrada de um povo.
Hoje, quase 40 anos depois, a Justiça chilena aceitou investigar a morte do poeta, prêmio Nobel de Literatura, acolhendo a acusação feita em junho deste ano pelo PC chileno - partido no qual o poeta militava - após denúncia apresentada por seu ex-motorista, Manuel Araya, para quem Neruda foi assassinado, sendo envenenado no hospital onde estava internado e não tendo morrido devido a complicações do câncer de próstata, como diz a versão oficial.
Segundo o relato do motorista, Pinochet mandou matar Neruda para evitar que se exilasse no México, para onde viajaria nas próximas horas, país de onde poderia se tornar um opositor ao regime.
A investigação está a cargo do juiz Mario Carroza, o mesmo que conduz o inquérito sobre a morte de Allende, cujos restos mortais foram exumados do Cemitério Geral de Santiago para serem submetidos a perícias, pois suspeita-se também de seu assassinato durante o golpe.
Então, lanço aqui a pergunta que não quero calar: Por que, nas recordações do atentado terrorista às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001, que envolve extrema vitimização do povo americano, a mídia não relembra também o papel dos EUA nesta tragédia chilena, ocorrida na mesma data, anos antes?
Veja: http://www.tal.tv/pt/webtv/vid
Permita(o)-me comentar.
ResponderExcluirEm 11 de setembro de 1969 (o ano que mudou nossas vidas) os militares editaram o AI-5. Um ano antes foi lançado o primeiro número da Veja. Em 1836 foi proclamada a Republica Rio Grandense.
Os setembros sempre são mais intensos que os agostos.
Passou-se o dia 6 de agosto e já ninguém se lembra. Mais uma 66 Route que deixa de fazer parte do American Highway Broadcast .