11 de junho de 2011

Documentários debatem luta dos Guarani Kaiowá

Lançamento de documentários e debate com os realizadores.  À Sombra de um Delírio Verde e Mbaraká – A Palavra que Age. Dias 14 de junho, na FFLCH-USP (18h – sala 8) e 15 de junho, na FD-USP (19h – sala dos estudantes.
Sinopses:
À Sombra de um Delírio Verde (29′ – 2011) 
De Cristiano Navarro, An Baccaert e Nicolas Muñoz
Na região sul do Mato Grosso do Sul, fronteira com Paraguai, a etnia indígena com a maior população no Brasil luta silenciosamente por seu território para tentar conter o avanço de poderosos inimigos. Expulsos pelo contínuo processo de colonização, mais de 40 mil Guarani Kaiowá vivem hoje em menos de 1% de seu território original. Sobre suas terras encontram-se milhares de hectares de cana-de-açúcar plantados por multinacionais que, em acordo com governantes, apresentam o etanol para o mundo como o combustível limpo e ecologicamente correto. Sem terra e sem floresta, os Guarani Kaiowá convivem há anos com uma epidemia de desnutrição que atinge suas crianças. Sem alternativas de subsistência, adultos e adolescentes são explorados nos canaviais em exaustivas jornadas de trabalho. Na linha de produção do combustível limpo são constantes as autuações feitas pelo Ministério Público do Trabalho que encontram nas usinas trabalho infantil e escravo. Em meio ao delírio da febre do ouro verde (como é chamada a cana-de-açúcar), as lideranças indígenas que enfrentam o poder que se impõe muitas vezes encontram como destino a morte encomendada por fazendeiros.
Mbaraka, A Palavra que Age (26′ – 2011) 
De Spensy Pimentel, Edgar Cunha e Gianni Puzzo 
Os cantos dos xamãs Guarani Kaiowá são fórmulas verbais que têm uma ação sobre o mundo. Tradicionalmente, eles curam doenças, afastam pragas da lavoura e bichos peçonhentos, anunciam a chegada dos deuses. Eles não só preveem o futuro, mas o conformam. Hoje, esses indígenas vivem em seu mundo uma crise sem precedentes. Confinados em pequenas porções de terra e com os recursos naturais da região onde residem totalmente degradados, eles se veem diante de um impasse: será que suas palavras conseguirão conformar um mundo novo que reverta a crise cosmoecológica por que passam atualmente? Se a palavra pode ser história, mito e narrativa, entre os Guarani-Kaiowá, ela também é poesia e profecia: um canto de esperança em um futuro melhor. 

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