4 de janeiro de 2007

Fragmentos de um discurso amoroso II



Hoje não te escrevo cartas de amor, até sinto falta.
E tenho saudades das ruas próximas ao metrô, das cenas coloridas de Almodóvar, da chuva aos domingos.
Da solidão de ser paulistano, de estar só com muita gente, nos bares de madrugada
e do rock sábado à tarde.
Sinto falta do beijo em frente à estação.
Dos trilhos de trem e borboletas amarelas.
E olho pra sua foto agora na parede e você está tão lindo
sorrindo pra mim, como quem me oferecesse um presente.
Sei de tudo que já dissemos, do que vimos, do que choramos, do que rimos, do que amamos e sonhamos.
E por isso eu te amo, porque mesmo sabendo tudo de mim e de você, ainda assim, me surpreendo.

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